segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mostra Krzysztof Kieslowski

(clique na imagem para ampliá-la)

Local: Cine UFG, Campus Samambaia

Ingressos:Inteira- R$ 6,00/Meia – R$ 3,00

Fonte: http://www.proec.ufg.br/site/images/stories/paginaInicial/cine_ufg/cine_folder_Kieslowski.jpg

Oficinas Gratuitas de Arte e Cultura



                                                                             (clique na imagem para ampliá-la)

As oficinas serão ministradas nas áreas de cinema, fotografia, arte aplicada, dança, música e teatro. As inscrições serão realizadas de 16 a 20 de agosto, com pagamento somente de taxa de inscrição, no valor de R$ 20,00. A participação é aberta à comunidade. Mais informações: 3946-1620.

Fonte: http://www2.ucg.br/flash/Flash2010/Julho10/100730arteecultura.html

sábado, 24 de julho de 2010

Reler Sempre . . .



"Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."
NELSON RODRIGUES

Grande Nelson! Depois desta citação só me resta dizer: ainda tenho muito o que (re)ler.

Fonte da foto:http://www.gazetadopovo.com.br/midia_tmp/370-nelsonrodigues.jpg                                                                       

Language

                                                                                                     
  O trecho abaixo pertence a obra "Prolegômenos a uma Teoria da Linguagem" do linguista dinamarquês Louis Hjelmslev. Mais do que uma bela descrição sobre a linguagem, ele nos faz pensar  a sua importância na constituição do ser humano.

Vale a pena conferir !!!


 “A linguagem - a fala humana - é uma inesgotável riqueza de múltiplos valores. A linguagem é inseparável do homem e segue-o em todos os seus atos. A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base última e mais profunda da sociedade humana. Mas é também o recurso último e indispensável do homem, seu refúgio nas horas solitárias em que o espírito luta com a existência, e quando o conflito se resolve no monólogo do poeta e na meditação do pensador. Antes mesmo do primeiro despertar de nossa consciência, as palavras já ressoavam à nossa volta, prontas para envolver os primeiros germes frágeis de nosso pensamento e a nos acompanhar inseparavelmente através da vida, desde as mais humildes ocupações da vida quotidiana aos momentos mais sublimes e mais íntimos dos quais a vida de todos os dia retira, graças às lembranças encarnadas pela linguagem, força e calor. A linguagem não é um simples acompanhante, mas sim um fio profundamente tecido na trama do pensamento; para o indivíduo, ela é o tesouro da memória e a consciência vigilante transmitida de pai para filho. Para o bem e para o mal, a fala é a marca da personalidade, da terra natal e da nação, o título de nobreza da humanidade. O desenvolvimento da linguagem está tão inextrincavelmente ligado ao da personalidade de cada indivíduo, da terra natal, da nação, da humanidade, da própria vida, que é possível indagar-se se ela não passa de um simples reflexo ou se ela não é tudo isso: a própria fonte do desenvolvimento dessas coisas."

L. T. Hjemslev


Fonte da foto: www.un.org/cyberschoolbus/untour/imgnor.jpg

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Adaptação do Conto "Coração Delator", de Edgar Allan Poe

Estréia neste mês de agosto, nos dias 13, 14 e 15 de agosto (sexta sábado e domingo) em cinco sessões, o espetáculo Olho, adaptação do conto Coração Delator, de Edgar Allan Poe, que tem direção de Ivan Lima e atuação de João Bosco Amaral. A entrada para todas as sessões é gratuitA montagem do espetáculo e a respectiva circulação fazem parte do projeto Oops!.. 10 anos, que possui patrocínio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Goiânia.

Sinopse

Um Homem conta sua história para vários interlocutores identificados pelo pronome pessoal vocês. Como se estivesse dando um depoimento, ele explica como e porque cometeu o crime. Iago diz que após ouvir insistentemente o som do coração batendo ficou desesperado, não encontrou outra saída senão se entregar aos policiais.
O Homem dá seu depoimento até o final da história. Tal situação faz com que o interlocutor (neste caso os espectadores) assumam o papel de testemunhas da sua história. Esse Homem, que se chama Iago, várias vezes afirma que não é louco. Para provar que está falando a verdade, ele conta os detalhes do crime que cometeu procurando exaltar sua serenidade e lucidez.
Adaptação do Conto “Coração Delator” de Edgar Allan Poe, “Olho” é um espetáculo que busca manter a essência narrativa do conto, mantendo toda a atmosfera “noir”, “policial” e terror que o romântico Allan Poe propõe na maior parte de suas obras. O texto em questão é um conto de crime, gênero que fez Edgar Allan Poe ser considerado o criador do romance policial e um mestre do suspense. Para isto, juntou-se ao texto inicial, trechos de algumas obras de autores como Artaud, Shakespeare e Francis Bacon.

Serviço

Projeto Oops!.. 10 anos

Espetáculo: Olho (estréia)

Cia. Teatral Oops!..

Dia: 13 e 14 (sexta e sábado) às 19h e 21h

Dia: 15 (Domingo) às 20h

Local: Goiânia Ouro (3524-2542)

Fonte:http://ciaoops.blogspot.com/

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Morre José Saramago

http://sonidobueno.files.wordpress.com/2009/08/saramago.jpg
Morreu na última sexta-feira (18 de junho), aos 87 anos, José Saramago, um dos maiores escritores da contemporaneidade. Ele faleceu em sua casa, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, vitíma de leucemia crônica. Saramago nasceu no dia 16 de Novembro de 1922 na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho da Golegã, e com dois anos de idade mudou-se com seus pais para Lisboa. De família humilde, o escritor enfrentou muitas dificuldades econômicas teve que abandonar os seus estudos e trabalhar já aos doze anos de idade, mas nunca desistiu dos seus ideais.
Dentre os prêmios recebidos por José Saramago destacam-se o Prêmio Camões (1995) e o Nobel de Literatura (1998) - o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.
A metáfora e a crise existencial do homem contemporâneo são constantes em suas obras. Em “Ensaio Sobre a Cegueira” (1995), isso é bem retratado, a cegueira branca (metáfora) revela a alienação desse homem individualista e desumano regido por uma lógica capitalista que o tornou cego de si e do outro. Há partes que chocam, e podem até provocar naúseas, criadas propositalmente para uma reflexão sobre o eu e o outro , faz um apelo a humanização.
Leia, abaixo, o que Saramago afirmou ser uma das suas grandes angústias:

Eu digo muitas vezes que o instinto serve melhor os animais do que a razão a nossa espécie. E o instinto serve melhor os animais porque é conservador, defende a vida. Se um animal come outro, come-o porque tem de comer, porque tem de viver; mas quando assistimos a cenas de lutas terríveis entre animais, o leão que persegue a gazela e que a morde e que a mata e que a devora, parece que o nosso coração sensível dirá «que coisa tão cruel». Não: quem se comporta com crueldade é o homem, não é o animal, aquilo não é crueldade; o animal não tortura, é o homem que tortura. Então o que eu critico é o comportamento do ser humano, um ser dotado de razão, razão disciplinadora, organizadora, mantenedora da vida, que deveria sê-lo e que não o é; o que eu critico é a facilidade com que o ser humano se corrompe, com que se torna maligno.
(...)
Uma sociedade que instituiu, como valores a perseguir, esses que nós sabemos, o lucro, o êxito, o triunfo sobre o outro e todas estas coisas, essa sociedade coloca as pessoas numa situação em que acabam por pensar (se é que o dizem e não se limitam a agir) que todos os meios são bons para se alcançar aquilo que se quer.
Falámos muito ao longo destes últimos anos (e felizmente continuamos a falar) dos direitos humanos; simplesmente deixámos de falar de uma coisa muito simples, que são os deveres humanos, que são sempre deveres em relação aos outros, sobretudo. E é essa indiferença em relação ao outro, essa espécie de desprezo do outro, que eu me pergunto se tem algum sentido numa situação ou no quadro de existência de uma espécie que se diz racional. Isso, de facto, não posso entender, é uma das minhas grandes angústias.

José Saramago, in 'Diálogos com José Saramago'

link blog de Saramago: http://caderno.josesaramago.org/

terça-feira, 1 de junho de 2010

Gullar, Prêmio Camões

O poeta Ferreira Gullar ganhou o “Prêmio Camões” 2010. Este prêmio é considerado o mais importante da língua portuguesa. O escritor nasceu em São Luis do Maranhão, em 1930. Sua obra de maior repercussão é “Poema Sujo” (1975), escrita quando se exilou na Argentina (1971) por causa do golpe militar (1964). Aliás, esse ativismo politico é percebido em vários de seus poemas nos quais os problemas da vida política e social do povo brasileiro sempre estiveram presentes. Sua poesia é inquietante, fala do cotidiano e mexe com nossos vários "eus". Leia no trecho abaixo o que ele afirma sobre suas poesias:

"Abandonei o neoconcretismo porque considerei que essa experiência estava esgotada. Isso coincidiu com uma virada da política brasileira, com a posse de João Goulart. Empolguei-me pela possibilidade de transformação social e minha poesia acompanhou isso (...). Minha poesia de hoje é desdobramento disso. Costumo dizer que a poesia nasce da prosa. O que existe é a linguagem de todos. Uso e abuso dela, até da palavra chula. Nunca busquei o poema puro. Não me preocupo com experimentalismos ou estéticas verbais. Quero um poema que nasça da vida (...)".

Dos poemas de Gullar, que eu já li, um dos meus preferidos é o “Traduzir-se” nele o poeta aborda, de forma genial, as dualidades do ser humano: “uma parte” / “outra parte”; “multidão” / “solidão”; “pondera” / “delira”; “vida” / “morte”; “vertigem” / “linguagem”.

Assista este vídeo no qual o poema é cantado por Adriana Calcanhotto. Muito lindo... vale a pena conferir!!!




Fonte da citação: Jornal de Poesia, Ferreira Gullar, Prefácio, ensaio, crítica, resenha & comentário, Cristiane Costa. Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/poesia.html

Fonte da Foto:http://i23.photobucket.com/albums/b399/josevianafilho/20020207ferreiragullar.jp

Drummond no SESC

Oi, pessoal!

 
O “Projeto SESC Literatura” está fazendo uma homenagem a Carlos Drummond de Andrade. O projeto iniciou no dia 03/05 e vai até 15/07/10. Click no link “acontece . . .”, na barra lateral do blog, e veja a programação completa .


E por falar em Drummond...
     
As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

(Carlos Drummond de Andrade)

       
Fonte da imagem: http://images.quebarato.com.br/photos/big/5/4/528754_7.jpg

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Saussure - Uma abordagem imanente

                                                                                                      www.iped.com.br/sie/uploads/10473.jpg

Quando entramos no curso de Letras e começamos nossos estudos sobre a linguagem, de imediato, ouvimos falar dele, Ferdinand de Saussure, isso porque não há como falar de Lingüística ou qualquer estudo moderno sobre a linguagem sem citá-lo como referência. Nascido em Genebra, no ano de 1857, foi um lingüista e filósofo cujo os estudos operaram uma ruptura com a lingüística histórica-comparatista dos neogramáticos, no final do séc. XIX.
Para Saussure a língua é um sistema convencional adquirido pelos indivíduos no convívio social e se caracteriza por ser “um produto social da faculdade de linguagem” (Saussure, Ferdinand, 1972, p.17). Ele vai definir a língua, por oposição a fala, como objeto principal da Lingüística e vai priorizar o caráter formal e estrutural da língua.Para ele, existe uma Lingüística da língua (interna) e uma Lingüística da fala (fatores externos) esta última, embora reconheça sua importância, não vai considerá-la em suas pesquisas. Após sua morte, em 1913, dois alunos seus – Charles Bally e Albert Sechehaye – a partir de anotações pessoais e cadernos de outros estudantes, publicaram, em 1916, o célebre “Cours de Linguistique Générale”. Esta obra será responsável pelo reconhecimento da Lingüística como ciência e a partir dela surge a corrente que será de suma importância para os estudos das demais “O Estruturalismo” e, com ela, inicia-se os estudos modernos sobre a Lingüística.
Apesar da importante colaboração de Saussure nos estudos da linguagem, sua abordagem imanente da língua foi, e é, duramente criticada por muitos estudiosos que o sucederam, pois segundo eles, estudar a língua apenas como sistema subjacente é limitar o conhecimento que se pode ter sobre o fenômeno lingüístico, pois tal abordagem representa apenas uma parte do fenômeno total.